quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A QUEM INTERESSA ENFRAQUECER A ENFERMAGEM? UM DESABAFO!

Por Alexandre Pedro.
Técnico de Enfermagem do Hospital Universitário Onofre Lopes/RN

Trabalho como Auxiliar de Enfermgem desde 1988, o que temos visto e ouvido "não estar escrito no gibi", sempre acreditei em pessoas comprometidas com o bem-estar coletivo, aqueles(as) que arregassam as mangas para verem as coisas acontecerem, mas infelizmente tenho visto e ouvido muitos discursos divorciados das práticas ou vice-versa.

No campo de trabalho somos duas forças, até mesmo pela configuração implantada por Florense(uma só administra e cobra e a outra tem que só executar cegamente se não, não são bonzinhos-as) e nesse meio é criado um mal-estar no interrelacionamento pessoal,...

Não posso entender como um seguimento da classe trabalhdora com 1,5 milhoes de votos só é conclamada para eleger presidente da república que está disputando o pleito na mesma coligação política de alguns, já conhecidos atores, do nosso meio (entidade de classe da enfermagem), ninguém me diga que dizer a um(a) candidato(a) que está a frente de 1,5 milhões de votos não lhe rende nenhum prestigio sequer.

A enfermagem é uma profissão que tem seu estilo de gerenciamento baseado no modelo industrial do século 19, seu Conselho fora criado no tempo da ditadura, numa estrutura centralizadora, ditadora, excludente,...e esses modelos perduram até hoje e se depender dos ensaios que presenciamos no dia-a-dia será assim sempre. Nós que estamos na frente de uma entidade de classe temos por obrigação até mesmo pelo discurso de outrora, trazer esses dilemas que contribuem e muito para o não avanço da profissão para o campo acadêmico e do debate, porém infelizmente só vemos uma única, a menor categoria do seguimento (enfermeiros), dar encaminhamentos e rumo a enfermagem em detrimento as maiores.

Nós Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, uma das maiores forças de trabalho do país, os maiores financiadores do sistema (COREN e COFEN), somos postos dentro dele apenas como figurantes, sem direito a dar encaminhamentos, nem decisões, do contrário somos taxados como "revoltados", "rebeldes",..." quer dividir a categoria e a unidade"(tenha santa paciência).

Agora me afirme em todos esses anos à frente de entidade de classe, formando milhares de trabalhadores da área o que se tem feito para resolver os dilemas, os paradigmas e os entraves da enfermagem? ou a quem interessa a atual configuração do sistema e do gerenciamento? quem ganha com isso? para que serve a atual postura profissional de hierarquização verticalizada, espirito de servir, disciplina, obediência, alienação,...?

"A lógica capitalista encontrou, ainda, “terreno fértil” na enfermagem brasileira, que tem suas raízes no sentimento de religiosidade, que muito marcou seu espírito até hoje. Ressaltavam-se como as qualidades do bom profissional a obediência, o respeito à hierarquia, a humildade, o espírito de servir, disciplinado, obediente e alienado. Em função disso, até hoje, os trabalhadores da enfermagem enfrentam sérias dificuldades de ordem profissional, com uma organização política frágil, com baixa remuneração e quase sem autonomia"(LAUTERT,1995).

2 comentários:

  1. Sou enfermeiro e concordo com sua critica. A formação do enfermeiro pe fraca em todas as instituições no que se refere a gerenciamento de pessoal, oq nos toma a maior parte das atividades do dia. vamos lutar, juntos, por ume enfermagem forte e unida.
    Abraço

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  2. Sou enfermeira e docente de ensino técnico e superior, acompanho as informações relacionadas aos avanços tecnologicos e pesquisas na area da saúde, principalmente aqueles realizados por enfermeiros,temas direcionados a questões de gerenciamento e capacitação educacional no setor de trabalho. É lamentável observar que interesses subjacentes á legislação são evidenciados e perpetuados por ideias de conservadorismo dentro das instituições de saúde, onde massificam e promovem a alienação do profissional da categoria de enfermagem. Onde estará a melhor sugestão para retirar a máscara de anjo da guarda da ctegoria? Acredito que dentro dos serviços de educação continuada e no primeiro mandamento de Deus. Como realizar isso? Ousar, ouvir e compartilhar com o objetivo de motivação e não de punição com autoristarismo.
    Estamos nos relacionando com sociedades complexas, porém como estão as bases menos esclarecidas em rincões sem "eira nem beira"?

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