
O estudo será o ponto de partida para retomada da campanha nacional pelo desarmamento, a ser mantida no futuro governo. "A posse de armas não socorre o cidadão, só gera mais violência e crime", afirmou o ministro Luiz Paulo Barreto.
A mesma opinião tem o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que foi relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Tráfico de Armas na Câmara. "Além de aumentar a fiscalização e intensificar a campanha do desarmamento, é fundamental impedir o abastecimento de armas e munições para conter os avanços do crime organizado no país", defendeu Pimenta.
O estudo constatou que boa parte das armas apreendidas, mesmo tendo sido compradas em países vizinhos, como Paraguai, são na verdade produzidas no Brasil. O Mapa revela que de cada dez armas apreendidas no Brasil, oito são fabricadas no País e apenas duas foram fabricadas fora. No Mato Grosso do Sul, que faz fronteira com o Paraguai, 28,3% das armas apreendidas eram fruto de exportação de fabricantes brasileiros. "É um efeito bumerangue: a arma sai legalmente do País e volta para matar brasileiros", explicou o diretor da Viva Rio, Antônio Rangel, citando que foram identificados 140 pontos de entrada de armas no Brasil, por fronteiras secas.
Para diminuir a vulnerabilidade da fronteira brasileira, Paulo Pimenta, que também foi relator da CPI da Violência Urbana, propõe a criação de um Grupo de Altos Estudos, com o intuito de harmonizar a legislação sobre armas na América do Sul. "Torna-se prioridade para as instituições de caráter diplomático do governo brasileiro e também no ambiente do parlamento do Mercosul, que o Brasil priorize o debate sobre a fabricação, comercialização, importação, exportação e transporte de armas e munições. Atualizar a legislação é fundamental para coibir o avanço da criminalidade", alertou Pimenta.
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