quinta-feira, 11 de agosto de 2011

QUEM PAGA A CONTA DA CRISE?

A Folha Online mostra que a Presidente Dilma pediu ao Congresso que não aprove nenhum projeto que aumente os gastos públicos, nesta conjuntura de crise mundial. Em outras palavras: a crise global já está se traduzindo em pesados custos para o povo brasileiro, que continuará sofrendo com a manutenção de pesados cortes de gastos sociais, e com a recusa governamental a qualquer reajuste para o funcionalismo público. Também ficam obstruídas diversas propostas legislativas como a Proposta de Emenda à Constituição nº 300 (que poderia aliviar o arrocho salarial dos bombeiros e da polícia), da regulamentação da Emenda Constitucional 29 (que poderia gerar mais recursos para a saúde), ou do aumento dos recursos da Educação para 10% do PIB.

Enquanto isso, os gastos com a dívida seguem sem limite algum, conforme mostra o Dividômetro da Auditoria Cidadã da Dívida, segundo o qual já foram gastos em 2011 (até 5/8) R$ 541 bilhões em juros e amortizações das dívidas externa e interna, o que representa nada menos que 53% de todo o orçamento federal.

Em suma: apesar da Presidente Dilma e do ex-presidente Lula terem criticado a forma na qual os países ricos têm enfrentado a crise - com medidas recessivas e salvamento do setor financeiro às custas do estado, conforme mostra o Portal G1 – é exatamente desta forma que a crise está sendo “combatida” no Brasil.

Na Itália, o “mercado” também é salvo pelo estado: o Banco Central Europeu (BCE) comprou títulos da dívida italiana, em uma operação que termina tendo efeito parecido com as costumeiras intervenções do FMI, ou seja, a concessão de novos empréstimos para viabilizar o pagamento das dívidas anteriores. Tal operação, claro, é sempre condicionada à adoção de medidas nefastas, que foram enviadas pelo BCE ao primeiro ministro Silvio Berlusconi em carta secreta, e incluem “a necessidade de privatizações rápidas, incluindo empresas municipais, e de uma reforma do mercado de trabalho”, conforme mostra a Folha Online.

Diz ainda a Folha Online:“A carta, qualificada pelo "Corriere" como algo próximo de um "programa de governo", estabelece uma lista de ‘medidas que devem ser adotadas, o calendários para sua aplicação e até os instrumentos legislativos que devem ser utilizados’.

O "Corriere" acrescenta que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, também pediram à Itália a adoção das medidas anunciadas até o fim de setembro. Já a oposição pediu explicações sobre a carta.

"O que realmente nos pedem o BCE e as instituições internacionais? Um governo impotente totalmente desacreditado e agora sob tutela deve ao menos dizer qual é a situação real", exigiu o líder do Partido Democrata (PD), Pierluigi Bersani.

Berlusconi e o ministro das Finanças, Giulio Tremonti, anunciaram na sexta-feira a aceleração de um pacote de austeridade aprovado pelo Parlamento para alcançar o equilíbrio orçamentário a partir de 2013, ao invés de 2014. O pacote, cujos detalhes não foram divulgados, prevê também uma reforma no mercado de trabalho a partir da liberalização das "profissões fechadas", para as quais é necessário formação específica.”

Sem comentários.

Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida

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