
Enfim, após um contexto de passividade, está ocorrendo gradual retomada das lutas operárias, com destaque para Jirau e, mais recentemente, os bombeiros do Rio de Janeiro, a greve da polícia civil no RN e a ocupação da juventude à Câmara Municipal de Natal. Há também um reanimamento da juventude que se expressou significativamente na importante Marcha da Liberdade paulista. As universidades também estão retomando a vanguarda histórica. A greve dos técnico-administrativos das IFES que já ultrapassa 30 universidades e conta com participação importante de novos servidores que ainda estão em estágio probatório, não é fator desprezível nesse contexto.
Em meio a essa situação se produziu mais um escândalo de corrupção na Casa Civil, com o ministro Palocci, inclusive sendo contabilizado como reincidente em escândalos de corrupção, desse modo caiu o homem mais poderoso do governo Dilma, é só o começo do que ainda poderemos testemunhar.
Esses fatos que estão acontecendo são importantes para a acumulação de forças das massas, para que avancem novas organizações e direções sindicais, mas não acreditamos que mude substancialmente a situação de estabilidade do regime brasileiro.
De igual modo, não podemos desconsiderar esse processo que embora lento, importante para a retomada do aquecimento das lutas.
Nesse vácuo, a Greve na base da FASUBRA é emblemática por ser a categoria dos técnico-administrativos das universidades públicas a primeira entre todos os servidores públicos federais a ousar enfrentar o governo de Dilma Rousseff que tem dado mostras concretas que governará em benefício do capital e que da mesma forma que aconteceu no governo do ex-presidente Lula, os escândalos de corrupção serão frequentes, mesmo porque a constelação petista cresceu desordenadamente e a qualquer “custo”, com ela, também cresceram os oportunistas e obcecados pela compra do poder e venda do estado.
Essa greve que aconteceu depois de muita espera do movimento por apresentação concreta de propostas, começa forte, embora com divisão interna motivada pela vontade dos governistas em blindar seu governo. Os dirigentes ligados os blocos cutista e cetebista fazem toda força para não apostar na mobilização da categoria e consequentemente, frearem a greve no seu nascedouro. Mas, não contabilizaram que na categoria dos técnicos há forte inquietação para não permanecer dois anos sem qualquer vantagem ou reajuste salarial, mesmo porque se trata da categoria com o menor piso salarial entre todos os federais, desse modo, o “tiro saiu pela culatra” porque em apenas cinco dias de greve, o quantitativo total de IFES em greve já ultrapassa 60%, isso é somente o começo de uma greve que tende a ser longa porque igualmente o período de governo de FHC, até mesmo as mesas de conversação foram canceladas, o que certamente vai levar o movimento a endurecer e promover ações radicalizadas logo nos primeiros dias de greve.
Não é demais lembrar que logo, logo seremos pressionados a retornar ao trabalho, motivados por ordens de corte de ponto e/ou os tais interditos proibitórios com sentenças de multas aos sindicatos, infelizmente, a tendência do “filme antigo” é se tornar mais novo que nunca, embora nada disso seja novidade, afinal de contas, convivemos com um governo que é do capital e serve ao capital. Mas, seguiremos firmes, sem “baixar a guarda” e sem temer aos prováveis ataques. A ordem é fortalecer a greve, só assim o governo dialogará com o movimento e apresentará propostas a bom termo.
À luta sempre, companheiros (as)!
“La historia de la sociedad hasta nuestros días es la historia de la lucha de clases”.
Karl Marx
Nenhum comentário:
Postar um comentário