sexta-feira, 13 de maio de 2011

DEFENDENDO NILO PEREIRA E A ACLA

Ricardo Cavalcanti, recentemente entrevistado no Papo 10 ( por João André), programa de televisão "Ceará Mirim TV" não teve sabedoria quando falou sobre a Cultura daquela cidade. Deu para notar nas entrelinhas que o entrevistado não é dado à leitura e muito menos a cultura.

Suas palavras foram soltas de forma exacerbante, sem base e conhecimento sobre o valor das entidades citadas e muito menos no que se refere ao escritor Nilo Pereira. Sr Ricardo Cavacanti o que a vida lhe ensinou aos longo deste meio século de existência? E se realmente ensinou algo, porque então não aproveitou tão importante momento para compartilhar conosco? Quando eu assisto a uma entrevista eu pergunto no final da mesma: O que aprendi aqui? E confesso que a sua não me trouxe riqueza nenhuma, pelo menos no que diz respeito a cultura. Aliás, permita-me dizer que suas declarações têm a tonacidade, e não mais do que isto, de quem ouviu o galo cantar, mas não sabe onde, nem quando. Nota-se claramente que Ricardo Cavalcanti não conhece a obra de Nilo Pereira. E isto é real, pois em momento algum da entrevista chegou a citar um só livro, ensaio, artigo ou seja lá o que for que tenha sido produzido pelo Nilo Pereira. Sabe Ricardo Cavalcanti é muito fácil tirar lenha de árvore caída. Nilo já não mais vive entre nós. Não o homem, mas sua eternidade quanto escritor há de ser perpétua enquanto existir um leitor que se debruce sobre seus livros.

Nilo não esteve somente em 1954 em Ceará Mirim, todas as vezes que ele vinha ao Rio Grande do Norte sempre visitava sua terra. Eu mesmo, que sou de 1964, estudava no Enéas Cavalcati, ainda menino de causas curtas, presenciei a visita de Nilo nesta cidade e mais tarde, em outro ano, na reinauguração do Guaporé. No que diz respeito a Academia Cearamirinense de Letras e Artes-ACLA que foi citada também na entrevista, doeu-me na alma a declaração que seria mais uma entidade constituída por oportunistas.

Ricardo Cavalcanti não confunda ESCRITOR com POLÍTICO, o primeiro tem o dever com o saber, a arte de escrever, a cultura, os livros, a expressão de um povo (a língua). Sua missão não é fazer ponte, construir escolas, cuidar da saúde, administrar os recursos públicos e algo mais congêre. Já o POLÍTICO, este sim tem a obrigação de fazer algo por Ceará Mirim. Portanto, quando você formulou a pergunta sobre o escritores, ao invês de dizê-la assim: "...O QUÊ FOI QUE FIZERAM AQUI EM CEARÁ MIRIM?" Seria mais feliz se tivesse dito: QUE OBRAS ELES ESCREVERAM OU ESCREVEM? Mas, eu sei que nem mesmo o senhor teria resposta para sua pergunta, pois nota-se claramente que não é dado à leitura. Ademais, a ACLA ainda estar em fase de instalação. Aguarde! E verá que Ceará Mirim só tem a ganhar com a sua criação.

Em tempo:
1) a produção do programa deve também se preocupar com as imagens que são colocadas ao longo da entrevista. Pois ao citar Edgar Varela, a produção colocou a imagem do escritor Edgar Barbosa, que nunca foi prefeito de Ceará Mirim.

2) Ricardo Cavalcanti foi infeliz ao falar "culturistas. Não há este verbete no Aurélio. O certo é CULTURALISTA, aquele que é adepto e defensor da cultura

Mané Beradeiro
Cidadão da lendária e mítica São Sarauê.
Contador de Causos e declamador de poesia matuta na literatura do Rio Grande do Norte
visite:http://franciscomartinsescritor.blogspot.com

2 comentários:

  1. Muito bem...quem entende de cultura deve falar de cultura,mas quem não entende deve colocar a viola no saco e sair de fininho sem falar besteira.

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  2. Infelizmente o que o Sr. Ricardo Cavalcanti quis dizer no meu entender é que, apesar de algumas pessoas que querem de uma forma ou de outra elevar a cultura de Ceará-Mirim dessa forma desordenada e hipócrita, pois como poderemos ter cultura se ao menos nós não possuímos o básico para nos sustentar, tais como: água potável, moradia, emprego, transporte e etc..

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